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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Vestes em fases


Vestes em fases

A lua cheia encanta meu coração
Sua beleza radiante mexe comigo
Sua luz e magia atiçam-me a emoção
E, no mistério do amor, me intrigo
Lua cheia iluminando o céu
Envolvendo a terra no seu véu
Destilando muitos sonhos
Doces como favos de mel
Ela impressiona a minha existência
Faz-me acreditar no que proponho
Pois o amor não é uma coincidência
A lua traz alegria ao coração tristonho
Caminha majestosa e senhora do céu
Regente das ondas que o mar reverencia
Vestida com amor pelo sol
Desfilando suas vestes em fases

Su Aquino e Silvanio Alves

SEGUE O CAMINHO... SEM NADA A RECLAMAR...(Presente)



Um coração regado pela saudade que exala de tu'alma...
A essência da luz que desfaz as trevas do teu existir...
Retirando de ti toda a tristeza te dando a força necessária...
Para seguir tua caminhada, muitas vezes
Carregando o fardo pesado...
Mesmo não tendo nada a reclamar...
Segue o caminho...
Com Deus no camando...
E, sem nada a reclamar...
Vivendo um dia de cada vez...
Fazendo de sua poesia párte integrante do teu ser...
Vendo muitas vezes o dia amanhecer...
Se faz insônia amiga da quietude traduzindo poemas
Pintados em telas á óleo
Belíssimas obras primas de letras conjugadas
E, conduzidas pelo amor que esparge do mais profundo
Do teu ser transbordante...
Assim é você SU AQUINO...
Versos meus para aquecer a tu'alma e teu coração...
Precisados do calor de nossa amizade.


Ray Nascimento


Obrigada Ray Nascimento

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Nada a reclamar



Nada a reclamar

O poder do Tempo que passa sem ser notado é inegável.

Ontem a madrugada me convidou a explorar retratos guardados, esquecidos.
A manha testemunhou muitos outros espalhados sobre o tapete. No papel registros de outras épocas.
As crianças curiosas começam a observar os momentos eternizados. Eu a observa-los.
Dou nome aos antepassados que há muito já partiram. Elas com os retratos nas mãos contemplam as faces ali eternizadas. Pessoas queridas que deixaram muito de si em mim.Olham para peles brancas,cabelos negros como o meu.E me contemplam no meio daquele mundo para eles desconhecido.
Olham para a menina e não reconhecem a mãe sobre um moto. Olham a adolescente em muitos momentos. Eu faço uma linha do Tempo sem querer explicar, somente analisar.
Nessa linha que faço sobram lacunas de retratos destruídos. Que eles nunca verão... Provas perdidas no tempo ,porem vivas na imaginação.
Exatamente aqui ocorreu a transformação.

As mudanças o Tempo magistralmente orquestrou. Nada a reclamar.Foram tantas vidas...
Caminho longo desde a criança até a mãe. Que mesmo sem planejar muitos valores a eles ensinou.
Conto a eles da menina livre a correr em sua terra natal. Lembro a eles o compromisso de não se envolverem com as crenças dos ancestrais...
Ouço risos ,quando olham as longas tranças espalhadas no banco da praça, a adolescente dando adeus à menina.
Contemplam a jovem envolvida no seu manto de perfeição. Idealista e lutando por um mundo perfeito. Quanta ilusão...Veem um país estranho ,muito além de sua compreensão .
A adolescente ainda tão menina se responsabilizando por outra vida. E exclamam: _Nossa!
Cada retrato mostra claramente o brilho do olhar se apagando, dando lugar a obrigação.
Contudo ainda sobra o lugar para o sorriso nos rosto, olhos porem apagados.
Em algum momento da metamorfose o brilho se despediu, não suportou tanta desolação.
Em cada época uma vida, muita estrada, às vezes pés descalços sangrando pelo chão.
Às vezes correntes, açoites... vez ou outra um oásis...Esperando numa curva do caminho uma miragem...E eis os seres reais se contemplando nos retratos.
De repente as fotos mudam do papel para as digitais. Nesse momento tudo começa a mudar.
Como por mágica os olhos retratam a paz há muito perdida, enfim encontrada.
Quanto tempo ainda resta nesse caminho não importa, nunca importou. Quantos retratos ainda registrarão as transformações eu não sei. Espero que muitos aqui e além mar. Espero sentir vento no rosto em outras paisagens. Obrigação cumprida no final da estrada.
E quem sabe um dia ter entre essas fotos aquelas que um dia foram excluídas pela necessidade do caminho.
Caminhamos por caminhos diferentes, tão separados e juntos.
A luz da janela sempre acesa, abastecida pelo amor guardado, acalentado, protegido.
Fecho os olhos e enxergo bem os caminhos se tornando um só caminho. Sem encruzilhadas.
Espero que eu chegue primeiro e sentada na varanda fique observando o caminho escuro. Segura que a luz será seu guia.
Então enfim ouvirei seus passos subindo os degraus da varanda. Verei seu rosto iluminado pela luz.E o Tempo será obrigado a se curvar e sair.



 



 


sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

O Tempo e o Poeta



O Tempo e o Poeta

Observa o poeta de sua janela
O tempo a desfilar
Já acostumado com as estações
Primavera, outono, verão, inverno

Já sentiu os perfumes das flores da primavera
Caminhou sobre as folhas de outono
Aquecido foi seu corpo pelo sol do verão
Aqueceu-se junto à fogueira em noites de inverno

Sábio poeta que conhece as estações
Não se intimida com a mudança de roupa
Nesse desfile tudo tem uma canção
Com acordes de renovação


Não existem sapos nem príncipes
Quem organiza esse desfile é a emoção
Entre todos escolhe sem segundas intenções
O que faz feliz o coração


Para o amigo Mário Feijó do Rio Grande do Sul

O SAPO E A ONÇA PINTADA



O SAPO E A ONÇA PINTADA


Debruçada na janela
A menina dizia
Não ter medo da onça
Que do outro lado lhe espreitava...

Disfarçada de menina
Há muito que era mulher
Quieta relutava entre
Um sonho e um desejo...

Sonhava com beijos
Como nas fábulas de menina
Onde um príncipe arrebatador
Viesse e lhe roubasse todos os medos

Eu estou há tempos
Esperando que ela me visse
Tão sapo me sinto
Mas ela insistia no príncipe...



Mário Feijó
11.02.13
P/ a amiga Su Aquino de Mato Grosso...

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Carnaval na roça- Zé e Rosinha


Iniciu di ano maluco , é um tar de Rosinha
colocar frarda pra curar na bera du rio.
I ei na roça prantando mio , mandioca i cara
Mais rosinha quiria pular carnavar ,

O
que faze com a sogra Jararaca e a Ymim , nossa fiota ..
Tivemu a briante ideia de falar pra veiá cuidar da neném , inquantu, nóis ia pra cidade, vender pamonha , afinal era carnavar , i no broco da vila ajuntava uma murtidão.
Mas mi duia u curação deixar nossa menininha com o cramuião...
Sabadu di carnaval

Intão nu sábado inchemo um saco de mio e pegamu u rumo da cidade. Assim ki chegamo passamu na mercearia i vendemo o mio, assim num precisava carrega saco nenhum...
I assim fomo arruma um canto pra curti a festança...
Intão no sábado quando o broco foi anunciado , resorvemo entra na dança, nossa ki fastança , vi muitos compadres, arguns amigos isquicidos..i outros que mi devia uns tostão....
I rosinha mi puxo pra dança toda animada , mais logo disisti, nas costas uma dor danada, pur causa di pranta o mio, com cabo di inxada

Dumingo di carnavar
Teve missa logo cedo
Fazia tempo ki num via a capelinha
In siguida Rosinha quis pular no broco
I eu só fiquei di longi oiando
Quando uma veiá perto dela tropeço
I ovo podre nela derrubo, ixe maria
Minha rosinha passou u resto do dumingo
lavando cabelo cum criolina
Ai vortamu pru nosso canto, e arcodamu na segunda

Segunda di carnaval
Eu torto feito vara di marmelo, i Rosinha tadinha , teve
qui usa lenço na cabeça, i um vidro di perfume ...
Nossa akilo tava um horror.
Intão tive a briante , di eu i Rosinha sair fantasiadus di abobrinha,
Assim cum um pano veio verdi e manchado, ficamos fantasiado
Mais que diacho , o povo la du broco, num entendi nada di carnaver...
Mi chamaru de repoio, zé ruela e pelo chero di Rosinha , chamaru, também di bacalhau

Terça di carnavar
Ai disistismo de ficar e resorvemu vortar pra na quarta bem cedinho chegar nu ranchinho....
Chegandu in casa me assutei, afinar vi Ysmim vestida de paiacinha ( tava linda) tinha muitas visitas dormindo no chão...
Ia a veia jararaca já tava cuando o café.... perguntei a ela o ki aconteceu...

-Oiá Zé ontem a noite um broco novo Os compadres du Zé, chegaru aqui , cantando e brincando, com muita alegria , trazendo carne cerveja i cachaça, falei ki vc nun tava , qui tinha ido trabaia , vc i Rozinha , na cidade .
Só tinha ficado eu e tua mininha, num se importarum, fizeram um festão qui deu gosto di ver, disseru que pena ki vcs dois ia perder,
Mais dançaru e cantaru a noite toda , cumida i bebida , ki fartura,
Mais Zé nun si importa não logo todo mundo vai imbora, afinar hoje já tem ki trabaia.

Mas Zé a barraca na cidade foi boa? Perguntou a véia
Eu oiei sem jeito pra Rosinha , ela falou cum disgosto, a festa la num deu in nada mãe afinar a maioria tava tudo aqui.....
E eu di cara fechada fui pega nu cabo da inchada , i fui trabaia..
Mais ki diaxu acabo o carnaval .............


Su Aquino e Ricardo Vichinsky