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terça-feira, 25 de junho de 2013

Festa Junina di ZE e Rosinha‏



Qui diaxu hoje Rosinha nem durmiu, mi acordo antes du Frederico( nosso garnizé) canta, pensei inté que ela tava afim de fazer uma mula manca ou o cueio perneta ,( isso é coisa nossa viu, não interessa proce). Mais qui nada era pra trabaia mesmo, afinar era dia de arraiar, um baita festão ...Ia vi cumpadre di todo lado.

Intão pulei da cama .. i fui corta lenha pra modo di Rosinha fazer curar, i pamonha, assim que ajuntei a lenha ia buscar pinga pro quentão, mais a jararaca di minha sogra e a minha veia , disseram agora não.

Afinar tinha mais coisa pra faze, intão limpei o terreiro, juntei mais lenha pra fogueira, fiz banderinha, e coi mais umas espigas pra pamonha, i u curar, a veia já tava fazendo os bolo di mandioca ,i minha sogra a canjica , infim como tava tudo nu jeito, sai di fininho pra buscar a cachaça, afinar arrair sem quentão não é arraiar.


Assim qui vortei pra casa , vi tudo decorado cum as banderinha, o povo tava falando im dança quadria( mais nossa quadria num é iguar a que dizem ter im Brasia viu), cumpadre tonhão fez um pau di sebo, i a prima Firmina monto inté barraca de bejo, pra modo di tenta disincaia...


Intão resorvi i pra cuzinha assim qui torrei o miduim fui faze o bendito quentão , coloquei o carderão nu fogo , gingibre, canela , açuçar limão , cachaça , eita trem bão, tava pronto o quentão...


Provei um gole, provei mais um , i outro , mas nussa tava bom dimais , e aproveitei tomei mais , i mais , dirrepente ,tudo começo a roda, eita trem bão, num mi alembrei di mais nada ...


Acurdei nu dia seguinti nu selero , durmindo no meio das paias , abraçado cum o saco di mio, pensei agora morri, dessa veiz até Rosinha perdi...


Fui quando oiei pra porta i tava as treis, Rosinha , a jararaca e minha véia mi oliando, quandu pensei em abrir a boca pra falar , Rosinha começou:


- Zé onti a noite , foi tudo di bão, ocê sirviu quentão pra todo mundo, dançou quadria, dissi que só ia na barraca di bejo se fosse pra ganhar ele da sua sogra , fez a prima Firmina subir nu par di sebo du cumpadri Tonhão , ela fico tão feliz , acho qui ela nunca tinha feito isso na vida, i canto i danço a noiti interinha, mas o que mais mi ispanto foi quandu a prima sofia (aquela ki você num gosta) ,dissi qui ia imbora pur causa du fio piquinino dela , ocê pidiu pra ela ficar, si fossi priciso durmisse im nosso quartu, intão assim foi feito ,tem gente durminido pela casa toda ...è Zé ocê deixou nós treis di quexo caido...


Foi quandu resmunguei im vois baxa , tenho qui ir na igreja , purque onti quandu fiz quentão tomava um gole e dava ortro pro santo, diacho i num é que ele veio bebe cumigo a noite toda...afinar dizem que ele proteje sempre as crianças e os bebuns, inpelo visto o danado gostou da festança,


Ai disse im vois arta


- Rosinha ajunta o povo e vamus pra missa,


Rosinha respondeu:


-Num pricisa Zé como ocê num repara im nada o paroco ta durmindo na sala , assim qui ele acorda vai fazer a missa no terreiro e disposi do armoço o povo vai imbora .Intão Zé por isso que viemus ti acorda, ocê pricisa pega mio , abroba e mandioca , a carni seca ja ta no fogo,e procê, fica animado cumpadre João troxe du almabique do tio dele aquela cachaça ispeciar ...


Intão diaxo la vo eu di novo cum a inxada trabaia, e assim foi minha noite de São João, mais mi dei bem uma cachaça ispeciar ganhei.






Su Aquino e Ricardo Vichinsky

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Os homi di A a Zé




Os homi di A a Zé




Rozinha , qui morava pras banda du brejo
du Macacu atolado, orviu dize di dum tar
di arfabeto di A a Zé, intuam ela mossa
letrada, danada , resorveu iscreve o dela também.....
Antão vamo ve nu ki deu.......


A- Alembrou di Adão.
Foi lá na bera du rio qui viu Adão.
O moço era artu , forte.
Mas era vesgo, manco e bobão.

B -Dispois viu Bertrão.
Ai cumpra na venda du Bertrão.
Era sortero, tinha dinhero.
Mas veió, muquirana e gordão.


C- Recordou da careca di Carmelo.
Um Biete qui recebeu.
E atrais da igreja foi.
A briante carece reconheceu...


D- Vortando na beira rio viu Danio.
Era moçu ajeitadu, fala esquisita.
Só quiria sabe di pega na vara.
E nunca oiava pra nenhuma piriquita.


E- In siguida avistou Epifanio.
O touro pelo chifri sigurava.
Já namorava ,o pobre.
Num sabia quanto chifre levava.


F- Resorveu fala di Fabriço.
Di longi a curiosida dela aguço.
Ai incuntrou uma veia fofoqueira.
Discubriu que era forgado e pinguço.


G – Eita o ki dizer di Giocondu.
Omi , iducado, mas estranhu.
Só falava di futebor, cerveja.
Ainda pur cima era vesgo e fanhu.


H- Num baile cunheceu Honirdu.
Moçu ajeitado, mas seu jeitu.
Pintava o cabelo fazia unha.
I rebolava , cheio di trejeito.


- Foi falar di Igirdo.
Mas só quiria sabe di jogatina.
Era viciado, tava perdido.
I num jogo perdeu até as butinas.


J- Oia alembrou du Juião.
Essi mosso si dizia o tar.
Lutava boxe, mas apanhou.
Hoje fala fino e come mingar.


K- Essa letra é di Karlão.
Caboclu que se dizia macho .
Falava grosso, mas pasmi!
Lisava o cabelo e fazia depilação.


L-Nussa ressorveu falar pra Lucinor.
Que tava toda prosa cheia di amor.
Mas , qui disispero ele num funcionava.
Foi uma noite di dispirdicio. ki horror!


M- Murilo era cantor.
Tocava violão, fazia serenata.
Dexava as mossa doida.
Mas ele num atava nem disatava.


N- Ai lembrou do Nestor.
Di noite, cunheceu ele num muro.
Pensou ki ia apaga o fogo.
Ele tropeço, caiu, Qui furo!



O- U cinema com Odenor.
Num escurinho du cinema .
Pensu, mi dei bem.
Mas ele só quiria fala da Ema.


P- Puxandu a mimória limbrou di Penildo.
Ixe maria! I Di tudo qui é letra P, puxa!
Perna, permito, p... (periquita)
Pensou besteira sô! E puxa e repuxa!


Q- Agora é a vez di Quirinu.
Pensou que ia ser a maio festa.
Da cama pra rede e vici versa.
Mas ficou tentando lambe a testa.


R- Vixe ai apareceu Risolino.
Risu sorto, magro, carça froch.,
Mas num quiria sabe di trabaio.
Botou pra curre pois, num era troxa.


S -Ai resorvi falar di Salomão.
Pensou que era homi sério.
Sentou na mesa, e fez barulho.
A abroba deu nele um revertério.


T – Foi a vez di Teófilo´.
Quiria junta os trapos ter juízo.
Mas o caboclu num largava a sogra.
Dizistiu, a véia ia da prejuízo.


U- Vixe é a vez di Uberti.
Viu ele dentro da igreja.
Religioso, quase um santo.
Mas do jeito ki num desejava.



V – Di Vencilau.
Vinceslau rimo com Nho Bilau.
Mas bebia chutava o gato.
Era grasso, e cherava mau .



X- Xi agora e o xandi.
Xandi só di carro véio
Di braços forte, perna torta.
Ai desistiu, i pediu arreio.


Z- Me alembrei du Zé-Ruela.
Ixe , tenho qui ficar cum alguém.
Infim penso no Zé Ruela.
Afinar aqui num sobrou ninguém.



Dueto de Ricardo Vichinsky e Su Aquino

domingo, 9 de junho de 2013

Alma




Alma que se fez fera e caminha pela vida.
Ninguém jamais consegue saber tudo que essa alma carrega.
Flutua pelo espaço e caminha observando em suas paradas o Tempo que caminha indiferente aos tormentos.
Gemidos, risos, murmúrios não param a caminhada do Tempo.
Que ao som da melodia caminha sem constrangimento.
Aos observadores apenas mais uma alma livre.
Bagagens invisíveis,que ninguém consegue enxergar.
Em suas paradas para tomar fôlego, lamber feridas. A alma encontra outras almas.
Algumas com suas bagagens visíveis.Como um caixeiro viajante as exibe como mercadorias.Necessidade de dividir aquele peso...
Vã ilusão. Ninguém pode dividir sua carga.Foram acumuladas e escolhidas em cada decisão tomada.Tudo teria sua consequência...
Algumas almas insistem em culpar o Criador pelo peso que elas mesmas escolheram.
Existem pesos que já as esperavam para serem carregadas. Peso de outras almas que a dela estavam ligadas.
A diferença nesse contexto é acertar na escolha, nas decisões.
A alma pode pegar pesos e pesos antes mesmo de iniciar suas escolhas que lhe renderão bagagens.
Pode também chegar aos pés da cruz. Aquela cruz tosca erguida lá do calvário. Dando fim á vida de um inocente.
Fim?Não. Foi i daquele fim que o recomeço se fez.
Numa manha de domingo o Homem sem bagagens somente humildade venceu a morte.
E nos deu a escolha de trocar o peso pela cruz. Pode caminhar pela vida sorrindo para o Tempo. Sem medo do grande rio.Sem moeda para barqueiro.
Encarando cada bagagem como aprendizado. Sem necessidade de plateia para tentar se livrar de seu peso.
Nos momentos de dor, lagrima, escuridão. O Homem estará lá segurando sua mão.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Além da capa





A lembrança que vem fazer companhia aos passos.
Invadi os pensamentos e aquece o coração.
Alma que não foge desse encontro.
Tão longe... tão perto...
Lembrança que traz os risos e gemidos
Saudade de momentos ainda não vividos...
Além da capa que envolve o Ser existe a essência
que a sua limitação ignora.
Voa essência e vai pousar em lugar certo,
onde outra essência chama.
Encontro além do possível,
onde tudo está interligado em pensamento.

Palavras






Palavras são essências do seu autor
Pedaços do seu ser em evidencia
Trajetos de muitas vidas, dentro de uma só vida
De desertos escuros aos jardins claros
De galáxias ao centro da Terra
Tão somente palavras
Viagens alem do véu do possível
Em mundos impossíveis
Podem transcender o tempo
Ganhar eternidade
Poder de uma humilde Pena
Abençoada Pena